Estamos vivendo tempos difíceis de inversão de valores e banalização da violência em todos os seguimentos da sociedade. Diz uma canção de um célebre roqueiro brasileiro: “meus heróis morreram de overdose”. E quantos de nós repetimos esse verso sem analisar a sua complexidade?

Um herói de verdade não morreria de overdose. Os heróis são assim classificados por terem uma conduta superior à maioria da humanidade e se destacam por seus atos e virtudes.

Mas quem são hoje os referenciais de nossas crianças? No meio artístico, está cada vez mais comum a mitificação de cantores e cantoras que fazem apologia à violência contra as mulheres (inclusive por gente que faz duras críticas ao machismo), às drogas, ao crime e algumas vezes contra a Polícia.

A figura do Policial Militar, principalmente este, foi estigmatizada historicamente pelos erros cometidos no regime militar e até os dias de hoje, mesmo o bom policial paga pelo que não fez. Mas tem ainda a justificativa dos erros de policiais que abusam do poder nas favelas dos grandes centros urbanos. Ainda assim, não podemos generalizar o fato e condenar toda uma categoria profissional pelos erros daqueles que não honram sua profissão.

Mas essa hostilização e discriminação com o policial só causa ainda mais prejuízo à sociedade, uma vez que afasta o cidadão daquele que tem o dever constitucional de o proteger. A sociedade deve andar de mãos dadas com o policial e quanto mais estreitar essa relação, mais poderá inclusive ajudar a combater a figura do mal policial. Somente ao crime interessa que a sociedade não confie na Polícia.

Quando vejo uma cena dessas, desse jovem e valoroso profissional que é o Soldado De Castro, que tive a honra de conhecer realizando um belo trabalho nas escolas do Antônio Bezerra, me encho de esperança!

Não são poucos os meninos hoje, que morando nesses bairros tomados pelo tráfico, sonham em fazer parte desses bandos, ostentando armas e levando uma vida de crime. Sou do tempo que os heróis de verdade eram nossas referências e sempre queríamos ser o “mocinho” para combater o crime. Ninguém queria ser o bandido!

Deixo aqui meus parabéns a toda a classe policial, militar e civil, que tentam com muito esforço, apesar das dificuldades, garantir a segurança e a tranquilidade da nossa gente.

SARGENTO REGINAURO SOUSA
Presidente da Associação dos Profissionais da Segurança (APS)

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