Era dia 15 de outubro de 2019, o relógio marcava 10h28, no bairro Dionísio Torres. Naquele instante, uma bomba-relógio explodiu e levou consigo muitos sonhos e vidas. A irresponsabilidade destruiu lares e ceifou nove vidas. Esse número não foi maior graças aos grandes protagonistas que, durante cinco dias de trabalho incessante, resgataram sete pessoas. A bomba era o Edifício Andrea, que virou uma montanha de entulho e criou uma grande corrente de esperança e solidariedade.

O profissionalismo e a dedicação dos Bombeiros do Ceará chamou a atenção do mundo. Sou testemunha deste trabalho, pois me dediquei durante 24 anos a esta Corporação e no dia dessa tragédia eu estava lá. Estava como voluntário, mas com o mesmo desejo de salvar. O cansaço estava estampado no rosto dos meus colegas, mas a concentração era mais forte. A tragédia nos deixou sérias lições sobre o cuidado em manter seguro o lugar que moramos e que trabalhamos. Essa preocupação é necessária.

Os bombeiros militares, que foram cruciais para o resgate no Edifício Andrea, integram a Segurança Pública do Ceará: uma categoria que convive com o risco de vida dentro e fora do local de trabalho. A situação de alguns quartéis é inabitável, é desumana! Inclusive, lá no Batalhão da Polícia Militar de Russas uma parte já desabou há dois anos e o restante da estrutura segue comprometida, podendo desabar a qualquer momento. Além do desabamento, existe o risco de incêndio e acidentes. Então, o que deveria ser um lugar tranquilo, onde você se sinta seguro, passa a ser uma ameaça. É contraditório, mas é real: eles são vítimas daquilo que protegem, logo, quem trabalha na proteção fica desprotegido.

São anos sem manutenção, sem cuidado, sem atenção básica, enquanto isso as unidades estão sucateadas e não há nenhuma providência do Estado. Será que estão esperando alguma tragédia acontecer para abrirem o olho? Não dá pra esperar, os imóveis dão sinais de instabilidade e esse prazo de validade precisa ser respeitado.
Inspeção predial é coisa séria, é sinônimo de segurança, portanto esta deve acontecer também em prédios públicos e de forma periódica. Assim como o Poder Público cobra a vistoria, este também deve ser cobrado. Nós não queremos que a tragédia se repita, não queremos mais vítimas da imprudência e do descaso!

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