Em busca de respeito, dignidade e isonomia: há sete anos, policiais e bombeiros militares, junto às suas famílias, realizavam uma das manifestações mais emocionantes da história contemporânea do Ceará.

O que seria apenas uma caminhada com o trajeto da Praça do Ferreira até o 5º Batalhão, tornou-se um acontecimento que virou uma das marcas da luta contra a opressão a uma das categorias mais penalizadas no Estado do Ceará.

Sob a liderança do então suplente de deputado estadual, Capitão Wagner (cumprindo mandato após licença da deputada Fernanda Pessoa), militares estaduais e familiares se agrupavam na Praça do Ferreira, aonde chegou a informação de que o então governador Cid Gomes estaria fiscalizando as obras do Metrô na Estação São Benedito. A partir daí o trajeto da caminhada mudou.

Chegando à Estação, tivemos o encontro não com um político que visava os interesses daqueles que o elegeram, mas de um homem prepotente, egocêntrico e que coagia lideranças e trabalhadores que buscavam não somente melhores salários, mas também condições mais favoráveis de trabalho. Um encontro emocionante, com ânimos acirrados por conta do tratamento injusto e da postura irônica do gestor que ignorava a multidão à sua volta.

Apesar de tudo, conseguimos fazer chegar à população cearense um pouco do que se passava nos bastidores do ilusório programa de Segurança Pública do Governo do Estado. O “Sábado Vermelho” não trouxe soluções naquele encontro com o chefe do Executivo, mas foi o prelúdio do que estava por vir nos próximos dias: a paralisação da Polícia e Bombeiros Militares do Ceará.

Ainda vivemos as transformações históricas que repercutem nos dias atuais, permitindo muitos outros questionamentos sobre o ultrapassado Estatuto Militar e a urgência de adequá-lo aos novos tempos, para que o militar tenha o devido valor dentro e fora das suas instituições.