Como parte da estratégia para conter a onda de ataques no Ceará, o Governo do Estado está promovendo a transferência de presos das cadeias públicas nas cidades de Bela Cruz, Morrinhos, Jijoca de Jericoacoara, Itarema, Itapipoca, São Luís do Curu, São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Itapajé, Aratuba e Pentecoste.

A ação faz parte de uma série de medidas para enfraquecimento e neutralização das facções criminosas, que há dias estão promovendo uma série de ataques em todo o Estado. Boa parte dessas ações são arquitetadas e lideradas de dentro das unidades prisionais, através do uso de celulares.

A transferência desses presos ocasionou no fechamento de algumas cadeias públicas, que não apresentam a mínima condição de funcionamento: geralmente em casas adaptadas, sem segurança, com apenas um agente no plantão pra custodiar esses detentos, que não são poucos. Essa medida já foi sugerida pelos dirigentes da Associação dos Profissionais da Segurança (APS), em diversas reuniões na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus).

Entre as cadeias públicas com diversos problemas podemos citar a de Bela Cruz, a 242 quilômetros de Fortaleza, com incontáveis fugas, flagras com entradas de celulares e drogas e até uma recente invasão de criminosos com o intuito de matar um desafeto.  Outra cadeia que apresentava diversos problemas era a de Jijoca de Jericoacoara, que também foi esvaziada após recentes ataques a uma creche e a um ônibus escolar na localidade.

O Governo, desde o início da instalação e consolidação das facções criminosas, preferiu negar a existência delas no Ceará. Quando resolveu enfrentar as organizações de frente, o caos já estava instalado. A APS em diversas reuniões alertou aos dirigentes da pasta da Segurança Pública, inclusive com ações específicas de combate as facções, que não foram colocadas em prática. Acreditamos que com o novo gestor, Mauro Albuquerque, aconteça um verdadeiro limpa, retirando todos os ilícitos que se encontram nas unidades prisionais e que as regalias de detentos tenham fim!