“A ti pedimos força, coragem para sermos teus braços no socorro dos nossos irmãos em aflição e rogamos, protege a nós mesmos para nenhum mal se abata sobre nós”.

É fácil criticá-los, aliás, isso a maioria faz muito comumente, hoje temos tantos especialistas em segurança pública como temos de futebol. Todos têm uma solução e conseguem analisar os erros das nossas polícias. Mas difícil mesmo é estar no lugar deles e fazer o que fazem.

Imagine ter uma profissão onde teus instrumentos de trabalhos já te dizem que você precisa estar pronto, o tempo todo, para matar ou morrer!

Pois é, essa é a posição do policial em um país onde o crime avançou de forma tão acintosa contra o cidadão, e até contra o próprio Estado, a quem compete o dever de garantir a ordem, que a missão policial não é mais simplesmente garantir a ordem e proteger o cidadão.

Antes de criticá-los, procure saber como vivem esses homens e mulheres, o que sentem e de onde vieram. São pessoas comuns, como você, que têm medo da morte também, que têm famílias, pais, mães, filhos e filhas, que todo dia pedem a Deus para trazê-los vivos de volta para casa. É só o que pedem. Já imaginou essa sensação para com um ente amado seu, jamais poder ter certeza de que ele voltará ileso para casa?

Um dia também já fui um crítico da atividade policial; não conseguia ver as almas que se abrigavam por trás daqueles coletes e uniformes pesados. Mas passei a conviver com eles e elas tão de perto, a viver seus dramas e aflições, que hoje só consigo dizer a eles: “muito obrigado”. Não gostaria de estar no lugar deles, é cruel ver o quanto são fundamentais e o quanto são menosprezados por tantos.

Por hoje, diante dessa imagem, me unirei ao Cristo em oração, em favor de todos os policias que estão nas ruas, trabalhando pela minha segurança e da minha família.

 

Texto: Sargento Reginauro Sousa, presidente da Associação dos Profissionais da Segurança (APS)
Foto: HTC Cotar/PMCE