O Ceará vive numa atual crise que afetou principalmente a segurança pública do estado. A onda de violência, marcada por ataques em série, modificou a vida de muitos, em especial a dos profissionais de segurança, que tiveram: férias suspensas, escalas de trabalho apertadas, folgas adiadas, déficit de efetivo e muito trabalho a ser realizado. A esses agentes foi dada a missão de devolver o Ceará que há tempos não víamos.

Em meio à crise, a atual gestão nomeou novos profissionais, convocou, classificou, mas também desprezou. Os esquecidos foram os mais de 200 homens e mulheres do curso de Formação Profissional para a Carreira de Praças do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE). Eles já concluíram o curso de formação em outubro de 2018 e estão dispostos para o serviço público.

Como o curso já foi concluído eles estão sem receber bolsa auxílio, que para muitos era a renda familiar. O fardamento foi entregue, mas, segundo alguns alunos, nenhum retorno foi dado sobre a nomeação. “Estamos desesperados, pois há meses não recebemos nosso auxílio da bolsa de formação. Ligamos para todas as pessoas e a resposta foi que não tem dinheiro”, desabafou um candidato em contato com a Associação dos Profissionais da Segurança (APS).

A APS desde a sua fundação cobra alguma atitude das autoridades em relação ao déficit de efetivo do Corpo de Bombeiros. O quadro atual deveria, por lei, ser formado por 3.820 profissionais e não por menos da metade. Estão ativos apenas 43% do total indicado pela lei que regulamenta o efetivo da instituição. “O efetivo do Corpo de Bombeiros amarga historicamente o abandono dos nossos governos, que sempre acham que está tudo bem, que nós damos conta de todo o serviço, mas estamos nos desdobrando para atender”, salientou o presidente da APS, Reginauro Sousa.

Conforme solicitado, a associação contatou o Comando Geral do Corpo de Bombeiros e conversou com o orientador da Célula de Gestão e Formação de Pessoas (CGFP), coronel Humberto Rodrigues Dias. O mesmo informou que a previsão para nomeação está para o dia 9 de fevereiro, porém ressaltou que é apenas uma previsão. O presidente da APS também contatou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, que também apresentou a possibilidade de nomeação no mês de fevereiro. Enquanto isso, os alunos permanecem inseguros diante de tamanha incerteza.

A APS reconhece o déficit de efetivo e a sobrecarga desses profissionais, que foi salientada durante a atual crise. Portanto não vamos nos abster dessa luta que também é nossa! Estamos à disposição, pois sabemos da vontade que vocês têm em servir à sociedade.