NÃO FUGIREMOS DA LUTA JAMAIS
A edição do Jornal O Povo desta sexta (31/01), publicou um artigo escrito pelo presidente da Associação dos Profissionais da Segurança e vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro Sousa, fala que os profissionais da segurança não são valorizados dentro de seus postos e graduações, como a impunidade afeta a esses guerreiros e, mesmo com tantas adversidades, a luta pela reestruturação salarial não vai parar!
Confira o texto na íntegra.
Eles convivem com a sensação de insegurança, no entanto, lutam para acabá-la. São assassinados apenas por exercerem essa profissão. São vítimas de um Estado omisso, que não reconhece a importância de suas funções na sociedade, mas faz questão de destacar os seus resultados. Eles são os profissionais de segurança, aqueles que guardam o seu ir e vir, que convivem com a missão de servir e proteger, mesmo quando lhes falta proteção. Eles, somos nós, pois por 24 anos fui bombeiro militar da ativa e hoje me dedico em buscar dignidade para essa categoria.
Heróis? Não! Eles são seres humanos, assim como você. Eles choram, eles sangram, eles morrem. A diferença é que a morte deles se torna apenas mais um número para a estatística. Inclusive, nos últimos 10 anos, no Ceará, cerca de 125 policiais militares foram assassinados e muitos desses crimes seguem em processo de investigação. Portanto, os culpados estão soltos. Contudo, quando o policial é apenas suspeito de algum processo, mesmo sem provas, já é preso. Diferente de quando é morto.
Eles juram servir à sociedade “mesmo com o risco da própria vida” e isso causa sérios impactos psicológicos, tanto que a cada ano cerca de mil militares pedem afastamento para tratamentos psiquiátricos. Isso tem feito muitas vítimas. Só em 2019 nós perdemos seis agentes de segurança, agentes que desistiram de lutar. Foi assim que perdemos grandes profissionais. Eles são fortes, mas não são de ferro. Convivem com a guerra e não é fácil! Não é fácil trabalhar na folga, estar há cinco anos sem reajuste salarial e ter o segundo pior salário do Nordeste.
A nossa tropa está doente, escrava do serviço extra, sem descanso. É apenas assim, vendendo a folga, que eles conseguem compensar a baixa remuneração. Mas o recado já foi dado, a luta por reestruturação salarial está só começando e não vamos ceder a enrolação. Hoje, sabemos da nossa força e se não nos derem direitos iguais, sabemos que podemos conquistá-los e não aceitaremos mais sermos tratados com desprezo, com descaso. A nossa luta é legítima e o salário digno é direito! Não subestime nossa força, nossa coragem e nossa união. Queremos paz, mas não fugiremos da luta jamais!
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