O AGENTE PENITENCIÁRIO É VÍTIMA DA OMISSÃO DO ESTADO
No último sábado (15) foi registrada mais uma cena de guerra entre facções na Cadeia Pública de Cascavel, no interior do Ceará. De acordo com a Secretaria de Justiça (Sejus), a discussão foi iniciada entre internos de grupos rivais e resultou em três mortes. Agentes penitenciários e policiais militares intervieram e evitaram mais feridos.
No mesmo dia, a Associação dos Profissionais da Segurança (APS) foi até a unidade para verificar como estavam os agentes da segurança, após o ocorrido. Sendo representada pela diretora e agente penitenciária, Valdenia Oliveira e pelo coordenador jurídico, Victor Torres, que acompanhou e orientou os profissionais nos depoimentos na Delegacia de Polícia daquele município.
Na unidade, a APS constatou a presença de apenas dois agentes para custodiar mais de 85 presos, apesar de haver 633 profissionais formados no cadastro de reserva. São mais de 40 internos para cada agente custodiar, é humanamente impossível! Além disso, as cadeias de nosso estado estão superlotadas, sob condições precárias e sem segurança mínima para os agentes. Diante de uma situação como essa, o agente assume uma grande responsabilidade e ainda se torna refém da criminalidade.
O agente penitenciário é vítima da omissão do Estado, portanto, vítima também da guerra declarada entre as facções. É notória a urgência na implantação dos presídios regionalizados, tendo em vista a superlotação das cadeias, a implantação de bloqueadores celulares e a distribuição de armas acauteladas, já que há um fundo penitenciário com essa finalidade. Há tempos a APS, solicita ao Governo medidas urgentes e, pra variar, nada foi feito, mas não vamos desistir!