SSPDS INVESTE MENOS DE 1% NA ÁREA PSICOSSOCIAL DOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA
O Portal da Transparência do Governo do Ceará mostra a triste realidade dos agentes de Segurança Pública do Estado: o investimento aplicado na área de atenção psicossocial a policiais militares, civis, bombeiros e agentes penitenciários, em 2018, foi de 0,0032% de todo o orçamento da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). De um orçamento total de R$ 2.811.528.253,62 apenas R$ 91.557 foi aplicado na área de atenção psicossocial.
O documento “assistência aos profissionais de segurança”, disponível no Fundo de Defesa Social da Secretaria, apontou investimento de R$ 70 mil. Na aba “serviços de atendimento psicossocial e terapêutico para profissionais de segurança pública” da Polícia Militar, foram outros R$ 21.557. Os dois juntos representam 0,0032% de todo o dinheiro utilizado na área da segurança no ano passado. Já em 2019, até maio, foram investidos R$ 80 mil na área da assistência e R$ 50 mil na aquisição de equipamentos para a realização dos serviços.
Esse duro cenário de falta de investimentos na busca de melhorias para os profissionais reflete diretamente no cotidiano de trabalho, que se torna muito mais árduo gerando assim diversas doenças de cunho psicológico. Só nestes seis meses de 2019, seis policiais militares cometeram suicídio no Ceará, com a média de um por mês. Vidas essas que poderiam ser poupadas se as aplicações psicossociais fossem maiores e tivessem efetividade na vida dos agentes de segurança pública.
Estudos comprovam que a polícia brasileira é a que mais adoece mentalmente e que mais tem transtornos mentais. Esse agente sofre pela situação de proteger a vida do cidadão, mas também precisa proteger a sua vida. As entidades ligadas a Segurança Pública não podem oferecer apenas um sistema punitivo. Os profissionais de segurança estão pedindo socorro!
Segundo o presidente da Associação dos Profissionais da Segurança (APS), Sargento Reginauro Sousa, as políticas psicossociais de apoio aos agentes ainda são bem tímidas e necessitam de ampliação o mais urgente possível. “Temos hoje um acompanhamento setorial, em Fortaleza, que não dá conta do tamanho do efetivo, ao ponto de eu dizer que os serviços de psicologia das associações são lotados. É um homem que vive uma das profissões mais estressantes do mundo e a que mais tem vítimas de suicídio”, finalizou Reginauro.
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